Imagine ter mais espaço na agenda

Gosto de leituras provocativas, e como já faz um tempo que não indico leituras por aqui, lá vai o meu preferido, pela ordem de provocação e ação!

Tem livros que inspiram, que ensinam, e tem aqueles que você lê tomando atitude.

Menos é Mais, de Francine Jay, é um dos livros sobre minimalismo que li enquanto andava pela casa, me desfazendo de coisas de forma consciente. Porque é tão verdadeiro o que ela diz que você realmente não sossega enquanto não resolve essas pendências.

Ela começa o livro assim: “…todos os dias, para onde quer que olhemos, recebemos milhares de mensagens (…) compre isso para ficar mais bonita; possua aquilo para ter sucesso; adquira aquilo outro e sua felicidade não conhecerá fronteiras. Bom, e assim nós compramos isso, aquilo e aquilo outro. (…) muitos desses objetos, juntamente com suas promessas vazias, sugam aos poucos o dinheiros de nossos bolsos, a magia de nossos relacionamento e o prazer de nossas vidas.”

Quando falamos a palavra minimalismo muita gente pensa em escassez e vazio, quando que se você olhar de forma oposta entenderá o seu real significado. ESPAÇO. E não só nos ambientes, mas para pensar, curtir a vida da maneira como você considera mais importante. Espaço na agenda, não é chique ter espaço na agenda? Esse é o charme desse estilo de vida.

Abarrotamos nossa casa, nossa vida e o nosso tempo de coisas inúteis, que custaram ainda mais tempo de nossas vidas e que não nos fazem felizes, e o pior, sequer usamos essas coisas na maioria das vezes.

Minimalismo é pura poesia para mim. É acordar, fazer escolhas conscientes que verdadeiramente importam para você e ser feliz.

Ela continua: “Pense assim: um recipiente vale mais quando está vazio. Não podemos tomar um cafezinho fresco se houver borra velha na xícara e não dá para exibir os botões do jardim se o vaso estiver repleto de flores murchas. Da mesma forma, se nossas casas – os recipientes, por assim dizer, da nossa vida cotidiana – transbordam de bagunça, nossa alma fica em segundo plano em relação às nossas coisas. Não temos mais tempo, energia nem espaço para novas experiências. Sentimos que ficamos apertados e inibidos, como se não pudéssemos nos alongar e nos expressar por completo”.

O maravilhoso do livro é que ela propõe algo muito diferente dos outros livros de organização, e foi isso que mexeu comigo e me levou a tomar atitudes, sendo que eu já me considerava no “processo”. Ela propõe a redução de quantidade de coisas que você possui. Ela ensina uma mentalidade minimalista, que acredite, todo mundo precisa ter.

Ela propõe que você se assegure de que todos os objetos que você possui tenham uma clara contribuição “positiva” para o seu lar.

E a autora é muito bem-humorada, ao longo do livro você levará diversas broncas, mas ainda sairá agradecido. (hahahahah)

Você aprenderá que ser minimalista te torna uma pessoa melhor, entenderá que todo consumo tem impacto no planeta, e ainda visualizará as vantagens desse estilo de vida, uma “vida leve e graciosa na Terra”, ela completa.

Ela explica que ter uma mentalidade minimalista é o começo de tudo, e ensina que todas as nossas coisas podem ser divididas em três categorias: coisas úteis, coisas bonitas e coisas afetivas.

Entender isso fará com que tomemos atitudes mais facilmente.

As coisas úteis, como o próprio nome diz são úteis, mas, ainda assim, para cumprirem suas missões precisam ser usadas, caso contrário perdem sua função. Com relação aos objetos bonitos, sabemos que a apreciação estética é de grande importância em nossas vidas, mas precisamos olhar para elas, ou seja, suas coleções precisam estar à vista, senão se torna uma “bagunça colorida”, como a própria autora fala. Se a função é a apreciação desses objetos, você precisa mantê-los limpos e cuidados, e expô-los. Nem dá pra discordar, não é mesmo?

O terceiro caso são os objetos de memória afetiva, que entram em nossa casa em forma de herança, lembrança ou presentes. Use o mesmo critério dos objetos bonitos; se te traz alegria, exponha-os. Mas se você guarda apenas por obrigação, relaxe, você não vai magoar a “coisa” se der outro destino a ela.

De forma divertida e inteligente ela diz que você não é aquilo que possui, você é você e as coisas são as coisas. Ficar atento à publicidade, que nos ensina a comprar coisas para projetar uma imagem. O que mostra de forma muito forte o quanto é difícil ser minimalista num mundo de mídia de massa.

Por isso recomendo a leitura, é um livro que vai mexer com você do início ao fim, e ainda passear contigo em todos os ambientes de sua casa, fazendo você tomar atitudes. Você mudará a sua mentalidade, seu jeito de enxergar o mundo, fazendo com que fique mais fácil ter senso crítico na hora do consumo, tomando sempre por base os impactos disso no mundo, se realmente é algo útil, ou se é por apreciação estética, em que lugar da casa você o exporá?

Simples assim, porém é uma mudança profunda em nossos paradigmas. Eu recomendo que você leia e depois comente aqui o que achou. Sobretudo se você saiu pela casa recolhendo as coisas que estão lá apenas atrapalhando seu espaço na agenda. Pense nisso.

Tenho certeza de que a leitura a provocará tanto quanto me provocou, afinal de contas, falar é fácil, mas tomar atitude é o que mais me interessa. Eu sou da ação, e você?

Um grande beijo!

× Clique e fale comigo!