O primeiro livro que li sobre o Minimalismo foi “Essencialismo, A disciplinada busca por menos”, de Greg Mackeown.
Aos poucos fui me aprofundando nesse estilo de vida e percebendo o quanto ele fazia sentido para mim naquele momento (2018), e o quanto faria na vida que eu desejava ter. A grande verdade é que preenchemos nossas vidas com coisas absolutamente sem sentido, e isso acontece porque de fato não conhecemos quem somos. Isso é uma loucura, porque se não conhecemos quem somos, como conseguiremos conhecer o outro, aceitar o outro… Dá pra entender isso claramente quando nos deparamos com tantos conflitos existentes na sociedade.
Autoconhecimento deveria ser matéria dada em sala de aula, pois evitaria que cometêssemos tantos enganos. Enganos causados porque tentamos preencher nossos vazios (vazios provenientes do fato de não sabermos quem somos) com coisas, com relações destrutivas, com empregos que odiamos, ou até mesmo com vícios e hábitos momentâneos e fugazes. E eu não estou exagerando. Se não sabemos quem somos como seremos capazes de escolher o que queremos, e para onde vamos.
Tudo começa com o seu propósito aqui na Terra, é ele que vai te dar a motiv(ação) para seguir em frente, enfrentar obstáculos e vencer. E isso é tão simples, é como uma lista de supermercado, só que com coisas mais complexas escritas. Um mapa de você, dos seus gostos, desejos, vocações e talentos. Uma lista de suas deficiências e fraquezas também, dessa forma você trabalharia essa lista ao longo da vida, maximizando qualidades e minimizando e aprimorando as deficiências. Seguindo o mapa com certeza muitos enganos seriam minimizados.
Mas ninguém nos ensina isso, e os dias terminam e nada fazemos com relação ao nosso mapa, perdemos tempo de vida indo para lugares equivocados, consumindo sem consciência, fazendo atividades consideradas certas. Certas para os outros, mas que não nos trazem felicidade, pois não são adequadas ao nosso propósito.
O minimalismo não está ligado apenas a organização, ele está ligado a tudo. É o foco que você dá àquilo que é realmente essencial na sua vida e para isso você precisa descobrir o que é essencial para você. E voltamos ao propósito. Você encontrará essa palavra muito nesse Blog.
Acredito que eu venha praticando o minimalismo em alguns pontos da minha vida, de certa forma, e em pequena quantidade já há algum tempo. Mas eu não sabia o que era minimalismo ainda. Ou sabia, só não sabia o nome, rs. Isso passou a mexer comigo por conta do meu trabalho, quando comecei a enxergar de perto a grande dificuldade de meus clientes em desapegar, ou até mesmo a grande dificuldade em entender como começar esse desapego. Era nítido que os excessos causavam todo o transtorno, e os excessos sempre estavam ligados a coisas que nem faziam mais parte da vida deles. Sabe aquele projeto inacabado? Colocar um ponto final definitivo causa dor. Ou você toma uma atitude, os tais pequenos passos a que sempre me refiro, ou abre espaço para algo que faça mais sentido na sua vida naquele momento. Mas precisamos saber escolher o que vai permanecer, porque não dá pra ficar com tudo, não há tempo, não há recurso e nem energia infinita para querer ser, ou querer ter e fazer tudo.
Tudo é cíclico nessa vida, nascer, morrer, basta você observar a natureza e perceber que tudo está em constante transformação, conosco não poderia ser diferente. E por que temos tanta dificuldade em colocar um ponto final em projetos, entender que aquela fase passou, e ir adiante, para novos recomeços? O minimalismo me libertou, sabe?
Eu venho me transformando enquanto transformo lares. É realmente uma mudança interna muito profunda. A vida irreal nos feeds do instagram, facebook, tudo isso nos conecta com a frustração do quanto somos imperfeitos diante da vida glamourosa das celebridades, com relação ao corpo, roupas, casa, carros, casamentos. Tudo tão impecável que caímos na armadilha de achar que basta comprarmos aquela jaqueta da moda que atingiremos aquele lugar (lugar irreal). Não atingimos e a frustração surge.
A propaganda nos ensina diariamente o quanto estamos desatualizados e fora de moda. Somos bombardeados há anos e hoje, a todo o momento, com listas e mais listas infinitas do que não possuímos. Mas desejo de consumo nenhum será maior que o desejo de propósito. Você vai consumir, consumir, consumir e nunca estará satisfeito. O minimalismo não tem a ver com escassez, ou em não possuir nada. Ele tem a ver com abundância do que realmente importa na sua vida e a possuir apenas aquilo que de fato tem utilidade, ou aquilo que de fato você ama verdadeiramente (mencionando Marie Kondo outra vez), ou a melhor parte, em consumir aquilo que te levará ao seu propósito, ou sonho.
Eu venho diminuindo a quantidade de coisas que tenho em minha casa, sempre me pego fazendo uma nova avaliação. Isso porque já pratico o desapego há anos, mas ainda assim vira e mexe me deparo com objetos, utensílios domésticos ou roupas e me pergunto “para quê? Por quê?”. Estou vivendo o processo ainda. Me readaptando, me conhecendo, entendendo e me reconectando a todo instante com os meus propósitos.
Minimalismo tem muito a ver com foco. Quais são os meus sonhos, onde quero chegar? Quando for consumir algo se perguntar, isso me realiza, isso me faz feliz, ou, isso vai me ajudar a chegar mais perto dos meus sonhos e propósitos de vida. Se não for, respira fundo e diga não aquele impulso. Não consuma apenas porque quer preencher um vazio ou se adequar a um padrão. Reflita. Com foco você vai concentrar a sua energia no que realmente importa e eliminar as distrações. Ganhará em produtividade que nada tem a ver com trabalhar mais, tem a ver com trabalhar com direcionamento e ganhar tempo para fazer o que realmente ama; ler, estudar, viajar, contemplar a natureza, beber um vinho, ouvir música, estar com os amigos, não fazer nada, ir ao cinema, enfim, fazer as coisas que você ama, pois lembre-se, focar numa única esfera também gera frustração e insatisfação. Reflita sobre as suas esferas. Anote num caderno e leia toda semana para não esquecer ou fugir do caminho que você mesmo traçou. Esse caminho é seu, e é diferente do meu, é diferente da sua vizinha, da sua melhor amiga, entende? Você é única.
O minimalismo também surgiu da ideia de consumo consciente, quanto mais consumo, mais lixo e com isso estamos destruindo o nosso planeta. Esse mesmo planeta que abriga os sonhos de toda a humanidade. Leia meu post anterior e fique de queixo caído ao ver o que estamos fazendo diariamente com nosso Planeta ao consumirmos desordenadamente. Clique abaixo se quiser ser direcionado automaticamente.
O minimalismo preza pela qualidade em detrimento da quantidade. É melhor investir numa peça que vai durar dez anos, do que comprar várias que tenham a durabilidade menor, ou seja, você consome menos e melhor.
É uma mudança de hábito que não começa da noite para o dia, mas pode surgir após uma organização profissional, por exemplo. Quantas vezes não ouvi a frase “nossa, quanta coisa” ou “o que é isso, eu tenho isso? Nem me lembrava”. Nesse momento surge a reflexão à cerca do consumo consciente, ou seja, cada coisa que você tem serve a um propósito bem definido, seja porque lhe traz alegria, seja por que é de fato útil. Isso adiciona valor à nossa vida, preenche nossos espaços internos de felicidade. Faz a energia fluir melhor.
Assisti aquele documentário sobre Minimalismo, e fiquei estupefata ao descobrir que as pessoas estão investindo cada vez mais em casas maiores, verdadeiras mansões em que apenas 40 % da casa é usada no espaço de uma semana. A sala de jantar é o espaço de menor convivência, e tem gente que possui 3 salas de jantar. Não há nada de errado em possuir 3 salas de jantar, desde que você realmente faça bom uso delas.
A facilidade em comprar online também é um grande facilitador do consumo, basta um clique e pronto. Tudo pensado para consumirmos mais e mais, e por impulso, com ávidas propagandas que vendem o irreal.
Assim como na organização de ambientes prezamos muito o fator lógica, vamos adequar essa mesma lógica ao nosso consumo diário, com foco em nossos propósitos, isso significa praticar o minimalismo. Se você já pratica isso, saiba que você está na moda, pois centenas de pessoas ao redor do mundo estão percebendo que possuir coisas não lhe trazem felicidade e estão praticando o minimalismo em busca daquilo que realmente importa para elas. “Use objetos e ame pessoas” é o lema da moda!
Vamos usar mais o que já possuímos, e agradecer por isso, isso nos ligará a gratidão. Foco no que não possuímos nos liga a insatisfação e a lamúria. Já pensou nisso?
Vamos vibrar numa nova sintonia!? Vamos encher nossa vida com propósito!