Escrevo esse texto em plena quarentena.

Nesse mês completa 1 ano que parei de pintar as unhas. Para muitas pessoas pode parecer uma grande bobagem, ou até algo sem fundamento. Pintar as unhas, para mim, era algo imprescindível. Chegava a trocar o esmalte mais de uma vez por semana. Imagina o lixo produzido e o tempo desperdiçado? Falo por mim, ok?

Acho a coisa mais linda do mundo uma unha bem feita e esmaltada.

Foi visitando o perfil da @cristalmuniz que me inspirei e resolvi parar de esmaltar. Mas não foi um capricho. Foi uma escolha que me gerou libertação. Fiz a escolha baseada em uma busca interna por melhorar meu impacto no mundo.

É uma busca difícil porque estamos rodeados de hábitos arraigados, consumismo exacerbado e nenhuma consciência à cerca do planeta que vamos deixar para os nossos netos, ou até nossos filhos. Escrevo na quarentena e temos vivido momentos difíceis. O Planeta parou, dá para acreditar?

Já fizemos mudanças significativas em meu lar, relacionadas à reciclagem, consumo de bens, cuidado, produção de produtos caseiros menos poluentes. Trocas bem significativas.

Mas quando me pego pensando em âmbito maior, me sinto realmente frustrada, porque há muito o que fazer ainda.

Me inspiro em pessoas que falam de sustentabilidade de forma leve, porque senão acontece exatamente isso, “se não posso ser perfeita, para quê continuar no caminho?”. Não quero ir por esse caminho, por isso me parabenizo pelas mudanças e escolhas diárias, porque pensando em Planeta, se todos pensassem dessa forma, a mudança seria gigantesca, não é verdade? Não podemos desistir.

Por isso parei de pintar as unhas, é algo que estava a meu alcance e, de certa forma, esse hábito não se encaixava mais em meu estilo de vida. Trabalho com organização e é libertador não ter que ficar preocupada se meu esmalte descascou durante um projeto. Eu continuo a retirar as cutículas, eu mesma realizo essa atividade em menos de uma hora, mas parei de esmaltar há 1 ano e os benefícios são: liberdade, economia de tempo e dinheiro, menos impacto no mundo relacionado ao lixo que essa atividade gera.

Sei que existem esmaltes com menos química e que o vidro pode ser reciclado e, ainda, que você pode usar um pano para retirar o esmalte, evitando o uso do algodão (O cultivo do algodão é um dos que mais apresenta o uso de substâncias tóxicas). Mas ainda assim gera resíduo; vidro, acetona, e por aí vai…

Imagina a quantidade de lixo gerado por mulheres que fazem as unhas semanalmente e com algodão e esmalte repleto de química? É muita coisa, não é? Resolvi parar por esses motivos.

É essa a reflexão que pretendo propor, que você olhe para seus hábitos, rotina e estilo de vida e pense de que forma você pode dar sua contribuição ao mundo. Não precisa ser relacionada à unha (mas se você optar por esmaltes mais naturais e utilizar um pano para retirada da acetona, e, ainda, reciclar o vidro do esmalte e a embalagem da acetona, já está maravilhoso).

Eu fui inspirada por uma pessoa, e quero inspirar você a também entrar pra esse time.

Não somos perfeitas, mas podemos fazer alguma coisa, podemos dar um passo de cada vez, trazendo essa questão para as rodas de conversa, para dentro do nosso lar, para o nosso escritório, enfim…

Esse ano quero adquirir uma composteira para começar a compostar em casa. Pois além de diminuir o lixo diário ainda ganharei de brinde húmus de minhoca para adubar minhas amadas plantas e um biofertilizante rico para regá-las. A natureza é perfeita, nós é que não sabemos extrair dela seus sábios ensinamentos. Muito pelo contrário, extraímos tudo, menos isso.

É para refletir e se transformar. Qualquer passo dado é melhor do que nenhum.

Vamos?

Um grande beijo.

Obs.: minhas unhas se tornaram mais fortes e muito mais bonitas. Antes, eu tinha vergonha de ficar sem esmalte porque minha unha não tinha brilho. Hoje elas são saudáveis e lindas.