E continuamos a seguir pelo caminho do autoconhecimento ao encontrar histórias que não são parecidas com as nossas, mas que na essência nos ensinam muita coisa.
Estou lendo a Biografia de Michelle Obama, cheguei na metade do livro. É um livro de mais de 400 páginas com letras miúdas e grandiosos ensinamentos.

Não vou me ater à biografia e, sim, ao que tem me chamado a atenção no que diz respeito à busca incessante de toda mulher em ser perfeita. Rá, todas caímos nessa armadilha, até a ex-primeira dama do EUA. Ela era o tipo de pessoa que se importava com que tudo que os outros dissessem a seu respeito, principalmente as pessoas da mesma área que à sua. “Essa, infelizmente, era a pessoa certinha, aplicada e centrada que existia em mim”. Michelle é advogada de formação, embora muito cedo tenha percebido que seu trabalho estava longe de ser o “amor da sua vida”.
“Até então, eu tinha construído minha existência com todo cuidado, dobrando e vincando cada pontinha solta e desordenada, como se estivesse fazendo um origami bem firme. (…) Se um cantinho sequer afrouxasse, eu poderia descobrir que me sentia inquieta. Se outro se soltasse, talvez revelasse minha incerteza sobre o caminho profissional que eu fizera questão de seguir, sobre todas as coisas que dizia a mim mesma que queria”. E ela se sentia perdida em comparação aos anseios de Barack Obama, na época seu atual namorado, porque dizia que o senso de propósito dele era um grande desafio para si. Foi quando se deu conta de que odiava ser advogada, se sentia vazia com esse trabalho, mesmo sendo uma boa profissional. Em determinado momento se sentiu angustiada porque havia trabalhado com muito afinco e se endividado (crédito estudantil) para alcançar aquele estágio da vida, para se dar conta de que havia tomado o rumo errado. “Em minha cega corrida para me destacar e alcançar a excelência, em minha necessidade de fazer as coisas com perfeição, não prestei atenção nas placas de sinalização e segui pelo caminho errado.” Nesse momento ela fala que como havia se afundado durante anos nos estudos não teve sequer tempo de refletir sobre suas paixões e como poderia vir a ter um trabalho que fosse compatível a ele.
É que a vida não vem com manual de Instruções, não é mesmo? E espero que a maioria das pessoas perceba esse engano, caso ele exista, antes que seja tarde demais, tomando o rumo necessário em busca de uma vida com mais significado e propósito.
Seja no trabalho, na família, apoiando causas e pessoas que sejam como você. É para isso que nascemos com talentos próprios, para construir algo em prol de toda a humanidade, e de bônus, nos sentirmos realizados com isso.
Outro dia, acompanhando os stories da Bru Fioretti no Instagram (amo e recomendo) ela estava falando de branding pessoal e nos fez refletir: do que você nunca se cansa de falar? Eu complemento da seguinte forma; esse é o fio condutor que o levará a essa realização, é como um mapa que você deve seguir. Claro que na vida temos uma infinidade de assuntos de nossa preferência, mas sempre tem algo que é especial, que salta aos nossos olhos.
Isso me fez parar para pensar, sabe? Porque para escolher algo precisamos nos conhecer e ter foco (para atingir melhores resultados) e, principalmente, entender de verdade o que nos preenche e completa, para o pacote não sair caro demais no fim das contas.
Mas o ponto que quero chegar ainda é mais profundo; você faz o que faz por você ou para impressionar os outros? Essa mania de perfeição pode te cegar do seu verdadeiro caminho.
Olhe para dentro de você e faça essas perguntas: quais são os seus maiores talentos? O que mais gosta de fazer? O que faz melhor? Quais suas paixões, do que você nunca se cansa de falar?
A perfeição só é boa como processo (quero ser melhor, quero aprofundar, quero crescer) ela é válida para te levar a evolução, mas nunca, jamais, deve cegar os seus olhos daquilo que de fato trará propósito e significado à sua vida.
Um passo de cada vez, e se quiser começar eliminando os excessos e organizando o que deseja manter, construindo uma casa e uma vida “perfeitamente imperfeitas”, mas com muito significado naquilo que verdadeiramente importa para você, conte comigo. Disso eu não me canso nunca de falar!
Um beijo.