Agosto Dourado, amamentação, um ato de amor

Vou aproveitar o agosto dourado para contar a minha experiência. Tive 3 experiências com amamentação. E se não consigo comparar as 3, sendo vividas apenas por mim e meus filhos, imagina me comparar à outra mulher. Impossível mesmo.

A primeira foi muito curta, durou apenas dois meses. Acredito que por falta de informação mesmo, era final da década de 80. Eu era adolescente e precisei voltar à escola. Acredito que se eu estivesse em outro estágio da vida, a amamentação teria sido um sucesso, pois não tivemos dificuldades com relação à pegada do bebê, ou qualquer outra. Poderia ter tirado meu leite, mas nem cogitamos isso, (digo minha família, porque eu era nova e não tinha controle algum da situação rs) . De certa forma foi um alívio para mim passá-lo para a mamadeira, porque amamentar requer doação integral, e eu não estava preparada para isso naquele momento. Já foram tantas mudanças, tantas transformações em nossas vidas que parar de amamentar após o segundo mês foi libertador. Me arrependo muito disso, ser mãe na adolescência passa por esses questionamentos, entretanto não posso mudar o passado. Por isso, quando meu segundo bebê nasceu foi tudo muito diferente. Livre demanda, cama compartilhada, e eu doando 100% do meu tempo para isso. Foi muito gostoso. Tem isso também, né? A mulher precisa voltar a trabalhar, a estudar e como faz? Livre demanda é livre demanda. Você e seus peitos à disposição daquele ser. É preciso muita disposição, e todo um cenário para que isso aconteça.


Fui julgada várias vezes…
Vai dar peito até quando?
Ela já tem dentes!
Vai prejudicar a alimentação!
A gente é julgada porque amamenta, porque não amamenta. Muitas vezes não sabemos que caminho tomar. A culpa ronda porque nada está bom, nada do que a gente faça vai atender às expectativas alheias. E eu tinha 21 anos! Uma menina, cuidando de uma casa, dois filhos, dois cachorros. Hoje eu penso assim, mas naquela época os julgamentos me afetavam muito.


Acho que só não foi tão puxado porque eu era muito nova. Eu não tinha preocupação alguma com rotinas, não trabalhava fora, vivia para minha família. Tudo isso me possibilitou viver a amamentação em sua plenitude, e foi a experiência mais maravilhosa que pude vivenciar. Sinto muita gratidão por isso.


Dormíamos tarde, acordávamos tarde. Não existiam regras rígidas para nada. Isso foi bom e ruim, como tudo na vida, precisa haver equilíbrio. Tudo isso eu usei como experiência quando Enrico nasceu, 15 anos depois.

A nossa alimentação era ruim, era como dava, posso dizer assim, devido à minha pouca experiência de vida. Eu precisava de uma PERSONAL ORGANIZER em minha vida, hahahaha
E a amamentação seguia solta, era uma dádiva. Ela mamava o dia todo, a hora que queria. Para dormir, na hora que acordava, quando caía, quando chorava. Mordia o bico, dava risada. Que conexão linda nós tínhamos. Não tive nenhuma dificuldade, somente naquele início mesmo, quando o bico do seio está se habituando. Passado esse desconforto, era gostoso para ela e gostoso para mim.
Sinto saudade, de verdade. Somente depois da minha terceira experiência, que não foi positiva, que eu entendi que nem sempre depende do desejo da mulher a amamentação seguir seu curso “natural”.


Tive tremendas dificuldades já relatada nesse Blog, vou deixar o link abaixo. Nesse relato, eu escancaro meu puerpério que, confesso, vivi durante longos meses heheheh
Eu sou intensa, e vivo tudo dessa forma. Tudo, tudo, tudo.


Eu me entrego às relações, ao trabalho, a projetos, às minhas paixões, com muita intensidade. Na maternidade não seria diferente. Se era para viver aquilo que fosse de forma profunda e assim fiz.


Minha filha do meio foi a premiada da casa, foi amamentada durante 1 ano e 3 meses.
Depois do desmame, me lembro de uma ocasião em que a tia dela veio nos visitar e amamentou o primo dela na nossa frente. Ela pediu peito de novo, e eu, meio que de brincadeira deixei ela pegar meu peito. Surpresa! A produção de leite voltou com tudo. Ela tinha 3 anos e foi muito interessante essa experiência. A natureza estava lá agindo. O leite empedrou de novo e precisei passar por essa experiência dolorosa mais uma vez.


No agosto dourado eu queria dizer que amamentar para mim foi uma experiência incrível. Se você puder vivenciar esta experiência não pense duas vezes, se joga! Não existem garantias para isso, e eu sei que você estará fazendo o seu melhor, para você e seu filho.
Não há dúvidas quanto aos benefícios, e não há dúvidas quanto ao seu amor, por isso, liberte-se dos julgamentos e das comparações e viva tudo o que há para viver nessa relação, amamentando ou não. Saiba que você é uma mãe maravilhosa, independente de tudo que os outros dizem!

Um beijo grande.

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